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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

TEOLOGIA EM FOCO: DESAFIOS DE NOSSO TEMPO



No dia trinta de novembro comemora-se o dia do teólogo. No sentido lato, é a data que recorda o trabalho dos estudiosos de questões referentes à (s) divindade (s). No sentido estrito, protestante (que aqui pretendo abordar), refere-se aos estudiosos das Sagradas Escrituras no Antigo e Novo Testamentos em várias perspectivas (histórica, gramatical, crítica, cultural, etc). Examinadas, a interpretação é sistematizada (Bíblica, Sistemática, Contemporânea, etc), recebe o nome de Teologia e é especificamente definida nos contextos teológicos, isto é, doutrinários, de cada seguimento cristão protestante.

Como Protestante Presbiteriano, gosto de pensar na teologia como a rainha das matérias porque Deus é o Senhor de toda a criação. É verdade que "Teologia" pode ser sinônimo de divisão para alguns, se tornando a desculpa ideal para o não aprofundamento no estudo bíblico e para a falta de conhecimento da fé num determinado grupo cristão. Daqui justifico esse breve comentário: como teólogo vejo o imenso desafio de ensinar meus irmãos da fé a se aprofundarem em Teologia. É um ideal distante por muitos motivos. Citarei alguns.

Questione-se, primeiramente, sobre Teologia e Bíblia, sobre o objeto de estudo e o resultado do estudo do objeto. Para alguns, parece ser possível desassociar estes conceitos. Muitos são tão hostis à teologia que almejam somente o objeto, estático, intocável. Estes rechaçarão a Teologia. Dirão: Não precisamos dela! Respondo: pura ingenuidade... Se a premissa cristã protestante é que a Bíblia é sua "Regra de Fé e Prática" (notem: prática), tanto a fé como a prática serão o resultado da observação do objeto, isto é, do estudo dinâmico das Escrituras; e estudá-las é dedicar-se à teologia. Este estudioso, ainda que não seja um teólogo clássico (por este termo me refiro àqueles que se preparam em instituições acadêmicas), será um teólogo prático.

Devo também disputar sobre Dogma e Regra. A primeira se refere ao resultado do estudo, doutrina teológica, e a segunda ao objeto em si, a Bíblia. É extremamente perigoso a interpretação ser superior ao texto bíblico em si; e são muitos que assim doutrinam nos púlpitos de viés protestante. Prefiro compreender que as Escrituras interpretam as próprias Escrituras. A teologia poderá concordar ou não. Caberá ao estudioso decidir a melhor interpretação ao justapor seu estudo pessoal com a doutrina confessional. Seria o ideal, mas, até isso penso estar distante em nosso tempo.

Os cristãos protestantes não têm sequer investido no estudo comprometido da sua "Regra de Fé e Prática". Por que se aventurariam na teologia que "divide"? Aparentemente, não se quer nem o objeto nem o resultado de seu estudo; muitos estão verdadeiramente interessados em uma experiência mística que os liberte de uma existência que os aflige, dando-lhes sentido nos caminhos áridos da vida. Que tempos!

Enfim, refletindo sobre a importância da teologia em nossos tempos e a livre oferta de cursos, creio que um aluno dedicado possa fazer um curso valer. Mas é revoltante contemplar cursos teológicos insignificantes sendo oferecidos como a "rainha das matérias". É vergonhoso! Existem muitas instituições sérias de ensino teológico e aquele que pretende ser um teólogo deve procurar por elas. Apesar dos pesares, recomendo: estude TEOLOGIA.

Parabéns aos teólogos de plantão!