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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A ADORAÇÃO BÍBLICA E OS SENTIDOS HUMANOS – PARTE 1

O estudo de temas que abarcam a adoração deve conduzir a um estilo de vida que abarca o homem em todo seu ser: corpo, alma e vontade (Dt 6.5). A adoração bíblica englobará tanto os elementos da alma, como os do corpo. Por isso, pode-se dizer que a adoração é uma experiência tanto do interior como do exterior do homem; o que se declara com o coração se materializa com atitudes. De fato, são encontrados muitos textos bíblicos que falam da adoração ligada aos sentimentos de busca de santidade e do amor a Deus (interior), bem como do serviço religioso e a vida de comunhão com os irmãos (externo). Essa ligação, em muitos textos da Escritura, será feita com os sentidos humanos.

Porventura, não são os sentidos do homem a visão, audição, paladar, olfato e tato? Sim, são esses. O homem faz contato com o mundo material através de seus sentidos. Ele vê tudo aquilo que reflete luz; ele ouve tudo o que possui vibrações, aquilo que seus tímpanos humanos podem capitar; ele discerne tudo que é doce ou salgado pelo paladar; ele reconhece um bom ou mal perfume com o olfato; enfim, ele toca as coisas e diferencia a matéria. Em não sendo diferente tal manifestação com a adoração bíblica, pode-se perguntar: qual a ligação dos sentidos humanos com a adoração nas Escrituras Sagradas?

1) VENDO A DEUS (Jo 1.18; Is 6.1; 1 Jo 3.6)

Segundo o apóstolo João ninguém, jamais, viu a Deus. Como bem declarou o afamado escritor Dr. Russel Shedd*, “ninguém jamais viu o que os olhos físicos não podem ver”. Todavia, a presença e glória divinas comunicam-se com aqueles que estão dispostos a se submeter ao Deus Todo Poderoso (Is 55.6), e somente eles. Se alguém não buscar ou perceber essa presença de Deus... bem, leia Dt 31.18 e Sl 102.2.

Na Bíblia, homens santos viram a Glória de Deus,** a exemplo do profeta Isaías. Os textos joaninos denotam que quando se vê a Cristo se vê a glória do Senhor. Na verdade, parafraseando tais textos pode-se dizer que Cristo é aquele que santifica os lábios que de outra forma estariam impuros para cantar louvores ao Senhor; que Deus habita no meio de seu povo, pois a Igreja é o Santuário do Espírito Santo de Deus, como o próprio apóstolo Paulo afirma em 1 Co 3.16-17. Assim, "a vinda de Cristo deu início a uma nova era, mas não a uma nova adoração e sim a uma adoração mais completa" (Weller).

Nesse sentido, adorar é comparável ao processo de ver. A visão espiritual formará a Imagem de Cristo em cada um dos cristãos. Como adoradores, se tornarão mais semelhantes a Jesus (2 Co 3.18; Cl 3.10).

Continua no próximo...

Rev. Ângelo Vieira da Silva