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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O PREPARO DA ADORAÇÃO

Nesta vida nada deve ser realizado sem a devida preparação. Imagine um casamento sem preparo?! Imagine o resultado de vestibular sem preparo?! Agora, imagine a sua adoração... Sim, como enalteceu o próprio profeta Jeremias: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente”. Portanto, é evidente que até para a adoração devemos nos preparar.

Pode-se dizer que preparo é “o conjunto das providências capazes de determinar as melhores condições possíveis para a realização dum empreendimento”. O empreendimento da Igreja de Cristo por excelência é a adoração. Outrossim, preparo é sinônimo de aparelhar, que por sua vez, significa “dotar de tudo que é necessário ao cumprimento de uma missão”. Assim, o preparo da adoração consistirá de providências necessárias (que todo cristão precisa assumir) para uma adoração contemporânea mais bíblica. Eis algumas providências necessárias no preparo da adoração:

1) ENTENDA A INICIATIVA DE DEUS:

Nunca se deve esquecer que, até mesmo as próprias providências "humanas" no tocante a adoração, começam com a iniciativa do próprio Deus. De acordo com os artigos até aqui, e como bem sugere Damy Ferreira, a idéia original de adoração é de que alguém que louva foi, irremediavelmente, tocado ou motivado por Deus inicialmente.

2) BUSQUE SEMPRE A DEUS:

Leia o Salmo 27.4-8. De fato, os salmos são a expressão máxima da adoração da Igreja no Antigo Testamento. Os salmistas anelavam pela presença de Deus e, independente das tribulações, uma coisa se pede ao Senhor e se buscará: que ele possa habitar na casa do Senhor para todo sempre. Aqui relembro as palavras do diretório de Westiminster: “o templo de Jerusalém, objeto de freqüente meditação nos salmos, constituía o lugar da especialíssima habitação de Deus no meio de seu povo; de sua proteção na cidade, da manifestação de sua glória. Em Jesus se realiza a presença mais intensa de Deus neste mundo” (Jo 1.14; 1 Co 3.16). Logo, o salmista não pensava simplesmente em estar no templo visível, mas na presença de Deus.

3) CONFESSE OS PECADOS A DEUS:

Há uma conseqüência natural na busca por Deus. O adorador responde de alguma forma aos atributos divinos. Leia Isaías 6.5-7. O profeta, ao ver toda a glória de Deus, respondeu com sua confissão individual de pecados ao perceber toda a santidade do Senhor. Como ele mesmo disse, seus lábios eram impuros. Como ele poderia louvar ao Senhor com tais impurezas? Como poderia profetizar? Está aí a consequência, a necessidade de confissão de pecados, SEMPRE, a Deus. O texto ensina que Ele perdoa, como fez com Isaías. R. C. Sproul, comentando essa passagem das Escrituras, declarou: “não era apenas as portas do templo que estavam tremendo. O que mais tremia era o corpo de Isaías. Quando viu o Deus vivo, o monarca que reina no universo, revelado diante de seus olhos em toda a sua santidade, Isaías clamou: Ai de mim”. Sim, o profeta entendia o valor de se confessar os pecados; não é sem motivo que ele amaldiçoa a si próprio por causa de seus pecados ao proferir um “Ai”. Assim, Isaías tem uma visão da santidade de Deus e de pecaminosidade em si próprio e no povo.

4) MEDITE NAS PARTES DO CULTO A DEUS:

Meditar é ponderar, submeter-se a um exame interior. Esse exame interior começa a ser realizado no momento que o adorador entrar na presença do Rei. Por isso, todo culto, toda vida, precisa ser uma constante meditação, pois sempre se está na presença do Senhor. Weller afirma que tanto a leitura, a canção, quanto a exposição das Sagradas Escrituras têm lugar importante na adoração. São nesses momentos que meditamos. O salmista deseja que sua meditação seja agradável (Sl 19.14) e eterna (Sl 27.4).

5) PLANEJE, LIDERE E AVALIE-SE PARA A GLÓRIA DE DEUS:

Em seu livro, Paul Basden deu pertinentes orientações sobre o preparo da adoração em um sentido mais administrativo. Ele está certo ao afirmar que nossa adoração precisa ser planejada, bem liderada e continuamente avaliada. Veja:

5.1. Planejamento: nessa necessária providência deve-se (a) definir o propósito da adoração (que é cultuar ao Senhor), (b) estabelecer prioridades (separar tempo para o preparo) e (c) seguir os princípios (os que a Escritura ensinam);

5.2. Liderança: nesse outro importante passo somos convocados a (a) nos entregarmos a Deus plenamente, (b) sermos nós mesmos e (c) prestar culto também;

5.3. Avaliação: ou seja, avaliar equipamentos, comentários, objetivos (se foram alcançados) e, principalmente, se Deus foi cultuado em nossa adoração.

Ao findar desse artigo, portanto, desejo que a igreja contemporânea entenda a importância da adoração e, buscando sempre a Deus, confessando seus pecados e meditando em sua presença, possa aprender a se preparar para adorar ao que é digno de receber todo o louvor e adoração. Que a adoração dos cristãos comprometidos com as Escrituras, como diz Webber, seja pautada na “preparação para adorar e na saída para servir”.

PARA PENSAR: “Se você não gastar tempo em adoração... quando for trabalhar não somente será inútil, como também será um tremendo estorvo para aqueles que estiverem ligados a você”.

Rev. Ângelo Vieira da Silva